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domingo, 27 de maio de 2012

Whiplash: o chicoteio da cervical

       O movimento em “chicote” sofrido pela região cervical em determinadas situações, como por exemplo, em acidentes automobilísticos, já é conhecido pelos estudiosos há mais de um século (Eck et al, 2001).
       
       Definido pela Quebec Task Force on Whiplash-Associated Disorders (1995) como um conjunto de
manifestações clínicas que incluem lesões ósseas, de tecidos moles e sistêmicas, as quais resultam de um mecanismo de transferência de energia para a região cervical (Eck et al, 2001). 


       Esta transferência ocorre por brusca aceleração e/ou desaceleração, em virtude da lei física da Inércia, a qual é de intensidade suficiente para anular a ação protetora da musculatura, deixando a região cervical suscetível a movimentos súbitos de hiperflexão e hiperextensão (Perez, 2003).

Quadro clínico:

       O quadro clínico compreende as chamadas Desordens Associadas à Síndrome do Chicote (DASC). A incidência e duração dos sintomas é relativa, visto que, estudos indicam que apenas alguns indivíduos podem apresentar sinais clínicos associados ao mecanismo de lesão, algum tempo após este. O motivo dessa variação ainda não é compreendido (Côte et al, 2008; Karlborg et al, 2009).

       Dentre os principais sinais e sintomas relacionados na literatura, pode-se citar: 

- alterações ósteo-mio-articulares, como cervicalgia, cefaléia, algia torácica e lombar, perda de amplitude articular, estiramentos musculares e ligamentares e hérnias de disco (Young, 2001; Ferrari, 2002; Perez, 2003); 

- alterações neurológicas, como parestesias, diminuição da propriocepção e de reflexos (Juan, 2004); distúrbios cognitivos, como perda de memória e dificuldade de concentração (Kessels, 2000; Smed, 2009)); 

- distúrbios vestibulares, como vertigem e déficits de equilíbrio (Schmand et al, 1998; Branstrom et al, 2001); 

- distúrbios posturais, como alterações das curvaturas fisiológicas da coluna Gimse et al, 1999; Michaelson et al, 2003; Nilsson et al, 2005). Além disso, pode funcionar como fator desencadeador de outras situações clínicas, tais como distúrbios visuais (Ferrari, 2002; Juan, 2004) e distúrbios auditivos (Young, 2001; Juan, 2004).

       A fisioterapia desempenha importante papel na reabilitação do individuo com seqüelas da lesão em chicote (Amirfeyz et al, 2009).
Fonte: ITCVertebral

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