Como pano de fundo, há os conflitos de interesses entre cirurgiões e a indústria de próteses (pinos, placas e outros materiais), que já estão sendo investigados pelo Congresso. A suspeita é que os médicos estariam indicando cirurgias desnecessárias em troca de comissões.
A empresa afirmou que o dinheiro se refere a royalties, porque os médicos ajudaram no desenvolvimento dos dispositivos. O curioso é que esses médicos estão entre os que mais indicam as cirurgias no sistema público de saúde americano, o Medicare.
Só os parafusos usados para perfurar a coluna custam US$ 2.000 cada um. Mas, segundo o Medicare, o custo de fabricação não passa de US$ 100.
"Você pode facilmente colocar US$ 30 mil em materiais durante uma cirurgia de hérnia de disco", diz Charles Rose, cirurgião de coluna da Universidade da Califórnia que criou o grupo "Associação de Ética Médica" para combater os conflitos de interesse.
"Muitas cirurgias estão sendo feitas em situações em que não há evidência de que vão funcionar", afirmou à Folha Rosemary Gibson, autora do livro "The Treatment Trap".
TAMBÉM NO BRASIL
No Brasil, a situação é parecida, segundo o cardiologista Bráulio Luna Filho, conselheiro do Cremesp (Conselho Regional de Medicina). "O problema é que ninguém denuncia. Mas o que anda acontecendo é criminoso".
Segundo ele, o Cremesp discute criar uma resolução estadual que discipline os conflitos de interesses na área de medicamentos e de dispositivos.
"Sabemos dos exageros, mas fazemos de conta que não sabemos", diz Guilherme Barcellos, pesquisador especializado em conflitos de interesse.
Em 2010, o CFM (Conselho Federal de Medicina) publicou uma resolução que proíbe comissões para a prescrição de materiais implantáveis, órteses e próteses. A resolução também impede que o médico exija a marca do material a ser usado.
Um relatório divulgado em 2011 pelo "Wall Street Journal" mostrou que cinco cirurgiões do Norton Hospital, no Kentucky, receberam, cada um, US$ 1,3 milhão da Medtronic, líder em dispositivos para cirurgia na coluna.
A empresa afirmou que o dinheiro se refere a royalties, porque os médicos ajudaram no desenvolvimento dos dispositivos. O curioso é que esses médicos estão entre os que mais indicam as cirurgias no sistema público de saúde americano, o Medicare.
Só os parafusos usados para perfurar a coluna custam US$ 2.000 cada um. Mas, segundo o Medicare, o custo de fabricação não passa de US$ 100.
"Você pode facilmente colocar US$ 30 mil em materiais durante uma cirurgia de hérnia de disco", diz Charles Rose, cirurgião de coluna da Universidade da Califórnia que criou o grupo "Associação de Ética Médica" para combater os conflitos de interesse.
"Muitas cirurgias estão sendo feitas em situações em que não há evidência de que vão funcionar", afirmou à Folha Rosemary Gibson, autora do livro "The Treatment Trap".
TAMBÉM NO BRASIL
No Brasil, a situação é parecida, segundo o cardiologista Bráulio Luna Filho, conselheiro do Cremesp (Conselho Regional de Medicina). "O problema é que ninguém denuncia. Mas o que anda acontecendo é criminoso".
Segundo ele, o Cremesp discute criar uma resolução estadual que discipline os conflitos de interesses na área de medicamentos e de dispositivos.
"Sabemos dos exageros, mas fazemos de conta que não sabemos", diz Guilherme Barcellos, pesquisador especializado em conflitos de interesse.
Em 2010, o CFM (Conselho Federal de Medicina) publicou uma resolução que proíbe comissões para a prescrição de materiais implantáveis, órteses e próteses. A resolução também impede que o médico exija a marca do material a ser usado.
Fonte: Jornal Floripa
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